Quissamã eterniza histórias de vida com homenagens em logradouros públicos

A Câmara Municipal de Quissamã aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que denomina oficialmente mais de 80 logradouros públicos com nomes de cidadãos e cidadãs que marcaram a história do município. A proposta, de autoria coletiva dos vereadores, foi construída com base em pedidos das famílias e da comunidade, buscando reconhecer trajetórias que representam a identidade, os valores e a memória afetiva de cada bairro e localidade.

Ao nomear ruas, travessas e caminhos com nomes de pessoas que contribuíram com sua dedicação, exemplo e serviço à cidade, o legislativo municipal transforma a paisagem urbana em um verdadeiro livro de histórias a céu aberto — onde cada placa carrega não apenas um nome, mas um legado. Para a vereadora Alexandra Moreira, que indicou nove dos homenageados, trata-se de uma reparação justa e de um gesto de gratidão pública: “São vidas que fizeram diferença — seja na luta pela educação, na cultura, no trabalho, na fé, na solidariedade, na resistência. Levar esses nomes às ruas é garantir que nunca sejam esquecidos.”

A seguir, confira os nomes propostos pela Vereadora Alexandra Moreira, com a localização dos logradouros e as biografias gentilmente enviadas por familiares.

BAIRRO MATO DE PIPA

  • Fica denominada José Ricardo Pedruzzi a Rua Projetada 01A, que se inicia na Avenida Amílcar Pereira da Silva e finda-se na propriedade da Fazenda Mato de Pipa.

José Ricardo Pedruzzi nasceu em 1º de setembro de 1958 e partiu deixando um legado que ultrapassa qualquer currículo ou título. Pai de Dilmar, Caio e Jonas, foi acima de tudo um homem que cultivou vidas — nas pessoas, na terra, nos projetos e nos ideais que defendeu com tanto empenho. Engenheiro Agrônomo, graduado em 1981 pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro com especialização em Fitotecnia, fez de sua trajetória profissional uma verdadeira missão em defesa do meio ambiente, da agricultura sustentável e do desenvolvimento equilibrado das regiões por onde passou, em especial de Quissamã, cidade à qual dedicou grande parte de sua vida e seu talento.

Na Fazenda Santa Therezinha, no Machado, transformou o solo em exemplo de produtividade com o plantio de coco anão verde irrigado. Mas sua atuação foi muito além dos limites da propriedade rural. Tornou-se referência técnica em todo o Norte Fluminense e em diversas regiões do Brasil, reconhecido por sua competência em estudos ambientais, sua sensibilidade no uso responsável dos recursos naturais e sua capacidade de articular ciência e gestão pública em favor das pessoas. Com vasta experiência, participou de estudos e projetos ambientais tanto em nível nacional quanto internacional, levando consigo sempre o olhar atento de quem compreende que proteger o meio ambiente é proteger o futuro.

Em Quissamã, seu nome se confunde com a própria história da política ambiental e agrícola do município. Atuou no levantamento semidetalhado de solos e na classificação de terras irrigáveis para o PROJIR, que viabilizou a agricultura irrigada na região. Coordenou o Projeto de Fruticultura Irrigada do município, elaborando projetos técnicos e financeiros em 40 propriedades, totalizando cerca de 1.500 hectares e integrando os produtores locais ao Polo de Fruticultura do Norte e Noroeste Fluminense. Elaborou a Análise Ambiental Preliminar para o plano de urbanização do Balneário de João Francisco, coordenou estudos hidropedológicos e a solicitação de outorga de água para o programa Moeda Verde – Frutificar, da Secretaria Estadual de Agricultura, e foi responsável pela revisão do Projeto de Irrigação do Canto de Santo Antônio, além do Projeto de Circulação Hídrica no Canal Campos–Macaé. Também contribuiu para o Zoneamento Agroecológico das áreas de restinga, base importante para o planejamento territorial e ambiental da região.

Como Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, José Ricardo deu um salto de qualidade à gestão pública de Quissamã. Planejou e coordenou a obtenção da Licença de Instalação do projeto de reabilitação ambiental da Lagoa Feia, do Canal das Flexas e das praias da Barra do Furado e Boa Vista, em parceria com o consórcio intermunicipal Campos–Quissamã. Também liderou o licenciamento ambiental do Aterro Sanitário Intermunicipal e a implementação do Sistema Municipal de Licenciamento e Fiscalização Ambiental, integrando o município ao Programa Nacional de Descentralização do Licenciamento, com articulação direta com INEA, IBAMA e ANAMMA. Representou Quissamã nas mais diversas esferas — IBAMA, ICMBio, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Ministérios Públicos Federal e Estadual, Comitê de Bacia do Baixo Paraíba do Sul — sempre com firmeza, conhecimento e espírito público. Coordenou a elaboração do Plano Municipal de Saneamento, conforme a Lei nº 11.445/2007, e exerceu a vice-presidência regional da ANAMMA, projetando o nome de Quissamã nos debates ambientais mais relevantes do estado.

Durante sua gestão, Quissamã alcançou lugar de destaque no ranking do ICMS Ecológico, reflexo direto de seu trabalho técnico, planejamento e cuidado com o meio ambiente. Entre os desafios vencidos, está a obtenção da licença de operação da Estação de Tratamento de Esgoto Piteiras, uma conquista que demandou articulação, paciência e firmeza técnica, e que permitiu ao município melhorar seus indicadores ecológicos e reforçar seu compromisso com o saneamento e a qualidade ambiental.

José Ricardo Pedruzzi partiu, mas deixa um legado que continua vivo — nas políticas públicas que ajudou a construir, nas paisagens que ajudou a preservar, nas famílias de pequenos produtores que ajudou a estruturar, nas águas que ajudou a circular e, sobretudo, nas pessoas que tiveram o privilégio de caminhar ao seu lado. Seu nome está escrito na história de Quissamã e de todos os lugares que tiveram a sorte de contar com seu trabalho. Ele foi daqueles que fazem a diferença em silêncio, com profundidade, com propósito. Um técnico brilhante, um servidor público exemplar, um homem cuja ausência é sentida, mas cujo exemplo permanece. Porque há pessoas que partem, mas seguem transformando o mundo através das sementes que deixaram plantadas. José Ricardo foi uma dessas. E sua memória seguirá florescendo.

  • Fica denominada Maria Thereza de Queirós Almeida Cunha a Rua Projetada 02A, que se inicia na Avenida Amílcar Pereira da Silva e finda-se na Rua Projetada 01A.

Maria Thereza de Queirós Almeida Cunha nasceu no dia 30 de junho de 1927, em Vila Evelina, Quissamã, RJ. Foi a 6ª filha de João José Carneiro de Almeida Cunha e Evelina Maria de Queirós Mattoso Almeida Cunha. Estudou interna por 6 anos no Colégio de N. Sra. Auxiliadora em Campos, de onde saiu com diploma de professora. Começou sua vida de professora na Escola do Engenho Central de Quissamã, como extranumerária mensalista, para onde ia a cavalo ou de charrete. Dois anos depois, em 1948 fez concurso de ingresso no magistério primário do Estado do Rio de Janeiro, onde tirou primeiro lugar. Continuou a lecionar na Escola Engenho Central de Quissamã até 1955 e quando foi criado o Grupo Escolar Visconde de Quissamã, pediu sua transferência. No Grupo Escolar ocupou os cargos de professora de 1ª a 5ª série, auxiliar de direção coordenadora de turno e diretora, quando criou o curso noturno e o segundo grau. Fez curso de Português intensivo em Campos, equivalente a um curso superior, para capacitá-la a lecionar no segundo grau, o que também melhorou sua situação como professora do Estado. Além do Grupo Escolar, também lecionava no Ginásio Cenecista de Quissamã, lá ficando por 25 anos. Se deslocava para o trabalho a pé, de bicicleta e depois dos 50 anos aprendeu a dirigir, tirou carteira de motorista e eia de carro. Aposentou-se como diretora do Grupo Escolar Visconde de Quissamã e professora do Cenecista. Foi presidente da Pia União das Filhas de Maria, entidade que congregava moças solteiras. Foi Vice-ministra e Ministra da Ordem Franciscana Secular. Era encarregada da Liturgia da Igreja N. Sra do Desterrro, onde se dedicou até 2007. Em 1983 pesquisou o Livro do Tombo da Igreja com autorização do vigário Frei João Batista, para escrever um livro sobre os “50 anos dos Franciscanos em Quissamã”. Em 1983, junto com suas irmãs e outros parentes criou a AMAP (Associação dos Amigos de Mato de Pipa), ocupando sempre um cargo na diretoria e se dedicando a sua conservação.  Foi a São Paulo receber a medalha da Duquesa de Caxias, patrona das viúvas dos militares, entregue pelo General Sebastião José Ranchos de Castro. Foi vencedora do concurso para escolha do Brasão do recém criado município de Quissamã. Em 2011, fez a preparação para a Primeira Comunhão dos sobrinhos netos Ronaldinho, Alé, Sophia, Carol e Nicóle e os amigos deles Gabriel, Emanoel e Júlia. Teve 30 sobrinhos e foi uma tia dedicada, amiga, influente e presente. Cada sobrinho que se casava recebia dela um presente feito de crochet, toalha de mesa, lençol de cama ou toalha de rosto. Seu hobby favorito era fazer crochet, palavras cruzadas e assistir televisão.

  • Fica denominada Adriano do Rosário Moreira a Rua Projetada 03A, que se inicia na Rua Projetada 01A e finda-se na Rua Projetada 02A.

Adriano do Rosário Moreira nasceu em 8 de dezembro de 1975, no Rio de Janeiro, na região de Jacarepaguá. Durante sua infância, costumava visitar sua avó em Quissamã, um lugar que sempre teve um significado especial em sua vida. Em 1995, mudou-se definitivamente com seus pais para Quissamã, onde começou a construir sua história.

Desde cedo, Adriano demonstrou um espírito solidário e apaixonado por cultura e esportes. Ele iniciou um trabalho voluntário ensinando capoeira a jovens da comunidade de Santa Catarina, contribuindo para o desenvolvimento e a integração dos moradores locais. Sua paixão por eventos e diversão o levou a trazer a famosa boate itinerante “In Loco” para a Expo de Quissamã em várias edições, conquistando o carinho e a admiração de todos ao seu redor.

Ao longo de sua trajetória profissional, Adriano trabalhou em multinacionais na indústria de petróleo e gás, adquirindo experiência e ampliando seus horizontes. Posteriormente, consolidou-se como empresário no ramo de transporte executivo, atendendo a todo o país com dedicação e responsabilidade.

Adriano era conhecido por todos como o “Adriano Goiabal”, apelido que faz referência ao bairro onde está situado o sítio centenário pertencente à sua família. Era um homem muito amado por sua família e amigos, deixando uma marca de alegria, generosidade e saudade por onde passava.

Pai dedicado de três filhos — João Vitor, Maria Eduarda e João Miguel — Adriano era filho de uma professora e de um empresário, e era o irmão do meio em uma família de cinco irmãos. Sua partida, em 2023, aos 47 anos, deixou um vazio imenso, mas também muitas lembranças de um homem que viveu com amor, coragem e entusiasmo.

  • Fica denominada Huascar Andrade Moreira a Rua Projetada 04A, que se inicia na Rua Expedito Pessanha e finda-se na Rua Projetada 02A.

Huascar Andrade Moreira, nascido no Rio de Janeiro em 16/08/1936, filho da quissamaense Loyd de Andrade e do português Carlos Mario Gonçalves Moreira.

Sua história com Quissamã inicia-se com o casamento de sua avó materna, Maria José do Patrocínio, uma quissamaense humilde, que trabalhava como dama de companhia da Condessa de Araruama, Raquel Francisca de Castro Neto e seu avô, um marinheiro mercante catarinense, Nelson de Andrade, em 1911.

Por ocasião do casamento, em outubro de 1911, seu avô adquiriu da Condessa, uma pequena parte da Fazenda Mandiquera, na localidade hoje conhecida como Goiabal e lá fixou residência com sua esposa onde tiveram 07 filhos, sendo sua mãe, Loyd, a mais velha.

Em, 1927, aos 18 anos, Loyd embarca para o Rio de Janeiro, em busca de emprego e lá conhece o marceneiro português Carlos Mario, casando-se em seguida. Dessa união nasceram 3 filhos: Huascar, Dilza Teresa e Jorge.

Huascar, após servir ao exército, mostrou-se hábil como comerciante, tendo trabalhado por toda a vida nesse ramo de negócios, inicialmente como vendedor e depois como empresário do ramo de laticínios.

Em 1971, casou-se com a professora Sheila Maria, tendo 5 filhos: Alessandra, André Luiz, Adriano, Allan e Eni.

Embora vivendo e criando os filhos no Rio de Janeiro, sempre nutriu um amor e orgulho muito grande por Quissamã e suas origens, razões pelas quais vinha em visitas freqüentes, sempre sonhando com o dia em que poderia fixar residência aqui. Conseguiu transmitir o amor por Quissamã a todos os filhos, tanto que os fins de férias eram sempre doloridos, com os filhos chorando porque não queriam voltar para o Rio de Janeiro e o consolo vinha sempre através da frase: “filhos, precisamos ir para podermos voltar”…

Até que finalmente, em 1996, após se aposentar, ele realizou seu sonho vindo residir definitivamente aqui, na mesma propriedade adquirida por seus avós, e trazendo todos os 5 cinco filhos, que aqui casaram e tiveram seus 7 netos.

Um homem cuja vida foi marcada por amor, trabalho e integridade, um exemplo raro de humanidade: pai de família amoroso, dedicado incansavelmente aos seus, trabalhador honesto, e gentil em cada gesto, palavra e atitude. Sempre com um sorriso discreto, um conselho sereno ou um abraço acolhedor, ele soube guiar sua família com firmeza e ternura. Viveu para ver os filhos e netos crescerem, para ensinar o valor da palavra dada, do esforço diário e da compaixão pelo próximo.

A perda precoce do filho Adriano consumiu-lhe a alma, em 14/08/2023, as vésperas de completar 87 anos, seu corpo cedeu à dor que o espírito já não conseguia suportar.

Ele nos deixa o legado de sua retidão, seu afeto incondicional e o exemplo de quem viveu com dignidade até o fim.

Pessoa de fino trato, pai de família exemplar e Cidadão politizado e participativo, Sr. Andrade é um exemplo de Cidadania a ser seguido.

BAIRRO USINA

  • Fica denominada Carmélio Mário de Almeida a Rua Pátio da Usina 2, que se inicia na Estrada Eduardo Carneiro da Silva (RJ-196) e finda-se na Rua Maria Wilma Melo de Paula.

Carmélio Mário de Almeida, popularmente conhecido como “Carmélio do Posto”, nasceu em 6 de fevereiro de 1957, no município de Quissamã, filho de Amaro José Almeida e Helena Azeredo de Almeida. Era irmão de Marcelino, Kátia, Flávio Messias, Maria Helena, Consuelo Mário, Gláucia Maria, Carlos Magno, Lúcio, Enidia, Conceição e Bruno. Foi casado com a senhora Maria Auxiliadora, com quem teve dois filhos: Marlen Almeida e Douglas Almeida. Faleceu em 28 de maio de 2022, deixando um legado de trabalho, dedicação e afeto à sua família, amigos e comunidade.

Homem simples e trabalhador, Carmélio iniciou sua vida profissional ainda jovem, atuando como cuidador de crianças e, posteriormente, como plantador e colhedor de cana. No entanto, foi no Engenho Central de Quissamã que construiu grande parte de sua trajetória profissional. Ingressou na empresa ainda na juventude e nela permaneceu até seu fechamento, em 2002. Desempenhou diversas funções, com destaque para a de caldeireiro, sendo responsável pela fervura e apuração do caldo nas etapas iniciais da produção do açúcar — atividade pela qual tinha grande apreço e orgulho.

A partir de 2002, passou a trabalhar no posto de gasolina localizado no centro da cidade de Quissamã, onde permaneceu até a manhã de um sábado chuvoso, dia 28 de maio de 2022, o dia de seu falecimento. Foi nesse local que Carmélio se tornou ainda mais conhecido da população, sendo presença constante, sempre simpático, cordial e prestativo com todos que ali passavam. Seu carisma e atenção com os clientes fizeram dele uma figura extremamente popular e querida na cidade.

Apaixonado por futebol, Carmélio viveu o esporte desde a infância, participando de jogos amadores em seus momentos livres. Jogou por equipes locais como Quissamã Futebol Clube, São Miguel Futebol Clube e, por muitos anos, defendeu com dedicação o Palmeirinha Futebol Clube, seu time do coração. Nesse período, destacou-se por sua versatilidade em campo, atuando como centroavante, goleiro e também como árbitro. Sempre que possível, gostava de relembrar com entusiasmo o feito de ter marcado um gol de uma trave à outra — um de seus momentos mais marcantes no esporte. Fora dos campos, era torcedor fervoroso do Clube de Regatas do Flamengo.

Carmélio era amplamente reconhecido por sua humildade, simpatia e espírito solidário. Sempre disposto a ajudar o próximo, tratava a todos com igualdade e respeito, sendo admirado por sua alegria constante, mesmo diante das dificuldades da vida. Sua conduta, marcada pela generosidade e pelo bom humor, fez dele uma figura inesquecível em toda a cidade de Quissamã.

BAIRRO SANTA CATARINA

  • Fica denominada Cléa Maria de Fátima Martins a Rua Projetada que se inicia na Rua Zezinho Pereira e finda-se na Rua Alivino Pereira.

Cléa Maria de Fátima Martins foi uma mulher à frente do seu tempo. Mãe, avó, esposa, irmã, sogra e amiga leal, sua presença deixava marcas profundas por onde passava. Dedicada à família e movida por uma força interior incomum, ela foi amada por muitos exatamente por sua autenticidade — intensa, irreverente e inesquecível.

Empreendedora nata, atuou como manicure, feirante e, por 15 anos, foi coordenadora da Fundação Logosófica no Rio de Janeiro, onde contribuiu para o desenvolvimento humano de diversas pessoas. Mais tarde, já em Santa Catarina, tornou-se sócia de um bar e lanchonete, sempre cercada de afeto e respeito por aqueles que conviviam com ela.

Mulher de valores sólidos, amava com profundidade e carregava, entre tantas missões, um cuidado especial com seu filho Bruno, portador da síndrome de Rubinstein-Taybi. Mesmo com os desafios da vida, manteve-se firme, com o coração aberto para acolher e servir.

Cléa parte deixando um legado de coragem, afeto e autenticidade. Deixa três filhos, cinco netos, um esposo, e uma saudade imensurável nos corações de sua família e amigos. Seu nome, agora eternizado em uma rua de Quissamã, segue inspirando gerações a viverem com verdade e intensidade.

LOCALIDADE DE VISTA ALEGRE

  • Fica denominada Jorge Ramos Pinto a Travessa Projetada 1, que se inicia na Estrada José Antônio Aguiar e finda-se na propriedade da família Carneiro da Silva.

Jorge Ramos Pinto, nasceu em 15/01/ 1946, filho de Benedito Manoel Pinto e Anita Ramos Pinto, viveu na cidade do Rio de Janeiro, onde se casou com Tania Lopes Pinto e teve dois filhos Erika Conceição Lopes Pinto e Douglas Lopes Pinto. Sempre trabalhou na iniciativa privada, até a sua aposentadoria. Ao longo da sua vida, teve fortes vínculos com a cidade de Quissamã, já que seus avós maternos possuíam Fazendas no Município e suas férias escolares eram na Freguesia, com os primos. Com a chegada da aposentadoria não teve dúvidas em mudar o seu domicílio para ter mais qualidade de vida. Em Quissamã teve uma vida social muito ativa, foi Presidente da Fundação Leão XIII, Presidente de Associação de Pais e Mestres do Ciep, Conselheiro de Saúde, Vereador e uma pessoa muito querida pela sociedade e por seus familiares. Conhecido por seu bom humor, carregava o lema “nada me aborrece”, faleceu em 20/06/2024

LOCALIDADE DO MUTUM

  • Fica denominada Eliane da Conceição Ferreira a Rua Projetada 7, que se inicia na Rua Projetada 1 e finda-se na Rua Projetada 2.

Eliane da Conceição Ferreira Lopes, Nascida em 15 de março de 1964, em Quissamã/RJ

Filha primogênita de Sueli Maria das Conceição Ferreira e Bento Ferreira, Eliane assumiu cedo responsabilidades de gente grande. Com a separação dos pais, tornou-se, aos 16 anos, a segunda mãe de seus irmãos Ítalo, Décio, Adriana e Luciano — papel que exerceu com amor e firmeza.

Casou-se aos 23 anos e teve duas filhas, Talita e Ingrid. Não demorou para que enfrentasse mais um desafio: a maternidade solo. Com coragem, dedicação e fé, superou momentos de grandes dificuldades financeiras e descobriu forças em seu dom — a beleza.

Em 1994, decidiu empreender e abriu seu primeiro salão de beleza em casa, junto com Ronan Rios. Com o aumento da clientela, passou a alugar espaços maiores pela cidade. Ficou por 14 anos no salão da Rua Barão de Monte Cedro, local que marcou gerações. Seu último ponto foi na praça principal, onde consolidou sua história e fez de seu trabalho uma extensão da sua alma.

Eliane nos deixou no dia 20 de outubro de 2024, após 30 anos de dedicação à profissão. Seu salão sempre foi mais que um local de trabalho — era um refúgio de afeto, escuta, amizade e transformação.

Seu legado é feito de superação, generosidade, fé e força.

No coração das filhas, do marido Wagner, dos netos, sobrinhos, amigos e clientes que se tornaram parte da família, ficou a saudade. E, acima de tudo, o exemplo de uma mulher que fez da vida uma jornada de amor e resiliência.

LOCALIDADE SÍTIO SANTA LUZIA

  • Fica denominada Maria Natividade Rodrigues da Conceição a Rua Projetada H, que se inicia na Estrada Vicinal e finda-se em terrenos de terceiros.

Maria da Natividade Rodrigues da Conceição (Nascimento: 25/12/1936 –

Morte: 08/07/2022)

Maria da Natividade Rodrigues da Conceição, carinhosamente conhecida como “Dona Preta”, foi uma figura icônica e inspiradora na comunidade quilombola de Quissamã. Nascida no Quilombo de Santa Luzia, deixou um legado marcante como mestre jongueira, doceira e cozinheira, mantendo viva a tradição do jongo e compartilhando seus conhecimentos com várias gerações.

Dona Preta foi pioneira no restaurante de Machadinha, onde preservou e transmitiu os quitutes históricos da época dos escravos. Sua vida foi dedicada não apenas à culinária, mas também à preservação das raízes culturais afrodescendentes, especialmente através do jongo, uma dança que trouxe consigo dos tempos ancestrais.

Além de suas contribuições culturais, Dona Preta era uma mulher de fé inabalável e uma força motriz na sua comunidade. Com uma família numerosa, incluindo nove filhos, dez netos, um bisneto e um tataraneto, ela inspirava todos ao seu redor com sua determinação e amor pela vida.

Maria da Natividade Rodrigues da Conceição faleceu em 08/07/2022, deixando um vazio na história de Quissamã, mas seu legado de resistência, representatividade e amor pela cultura perdurará para sempre nas memórias daqueles que tiveram a honra de conhecê-la.

 

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