Na última sexta-feira ( 1/2/2019) o Hospital Municipal de Quissamã foi cenário de um episódio, no mínimo, inusitado. A Chefe do Hospital Municipal de Conceição de Macabu Izamirthes Farah de Lima Gama teve que embarcar na ambulância junto com uma gestante em trabalho de parto para que ela pudesse ser atendida no Hospital de Quissamã, isto porque a Direção do Hospital estaria negando a vaga, sem justa razão.

ENTENDA MELHOR O CASO

Quissamã possui um hospital com maternidade e se comprometeu junto ao Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde em atender os Municípios de Carapebus e Conceição de Macabu que não possuem maternidades em seus respectivos hospitais. Para isso, o Município de Quissamã recebe do SUS por cada atendimento, este procedimento chama-se pactuação e da mesma forma, os Munícipes de Quissamã também são atendidos em outros Municípios que dispõe de cuidados médicos e exames que Quissamã não realiza.

Ocorre que por uma decisão temerária que envolve inclusive acusações graves, na sexta feira passada,  o atendimento de uma gestante levou a Diretora Izamirthes a embarcar na ambulância para garantir que a gestante macabuense fosse atendida no hospital de Quissamã. Segundo declarou a Diretora Gilda Matoso do Hospital de Quissamã, a Secretaria Municipal de Saúde havia determinado que nenhuma gestante de Conceição de Macabu seria atendida a partir do dia 1/2/2019. Indagada das razões que levaram a negativa de vaga pelo telefone, a Diretora não soube justificar a decisão, afirmando que não cabia a ela opinar e que recebeu ordens expressas da própria Secretaria.

Diante da atuação enérgica da Diretora Macabuense, a Secretária de Saúde de Quissamã negou que tivesse dado a ordem para não receber a paciente, mas deixou claro seu desinteresse em atender a Cidade vizinha, inclusive afirmou que vai desfazer a pactuação junto a CIB – Comissão Intergestores Bipartite do Estado do RJ – esfera de pactuações destes serviços, contudo, parece ter ignorado as questões administrativas e políticas que envolvem a decisão.

Já a Prefeita Maria de Fátima, declarou na rádio local no dia 8/2/2019 que “temos convênios” e “pactuações” para atender outros municípios , mas que ela estaria “atenta” a isso, porque poderia chegar uma hora que os leitos de Quissamã poderiam estar “lotados de pessoas de outros municípios“, inclusive afirmou que atendeu em 2018, com “boa vontade” 143 partos, quando o número pactuado anualmente são 24 partos. Ocorre que Quissamã recebe, segundo informou Izamirthes, mais de 168 mil reais para atender também a pediatria clinica, cirurgia de gastroenterologia, consultas de neurologia, oncologia, cardiologia, dentre outros serviços dos quais os Macabuenses não se utilizam, sendo assim, estaria pago e bem pago. Além destas questões a Prefeita ignora que estes partos realizados a mais, – se realmente aconteceram – podem e devem ser faturados pelo hospital, ou seja, o município acaba recebendo do SUS por todos os procedimentos.

A demonstração de desconhecimento e falta de governança no Governo Maria de Fátima é uma realidade e agora dá claros sintomas de isolamento político junto aos municípios vizinhos, inclusive comprometendo o atendimento às Mães Macabuenses que sempre foi prestado desde 2011 com muito carinho pela equipe do Hospital de Quissamã.

HOMENAGEM QUE MERECE SER DESFEITA : EM 2017 COM APENAS 3 MESES DE MANDATO A PREFEITA RECEBEU A GRATIDÃO DOS VEREADORES DE CONCEIÇÃO DE MACABU PELO ATENDIMENTO DAS GESTANTES QUE DESDE 2011 É FEITO EM QUISSAMÃ

Segundo informou a Chefe do Hospital de Conceição de Macabu, a imposição para o não atendimento das gestantes Macabuenses teria sido uma retaliação de Quissamã pelo cancelamento da cessão de uma pessoa muito íntima da Prefeita, que após ser admitida na Prefeitura de Conceição no ano passado, foi cedida com ônus ao Município de Quissamã. Documentos, relatos e os fatos dão margem a este entendimento, afinal, não existem argumentos plausíveis para negativa de vaga da gestante no dia 01/02/2019 se número de atendimentos à gestantes de Conceição de Macabu  não havia ultrapassado os 24 anualmente pactuados.

O mais importante é preservar vidas humanas, inclusive as dos nascituros e neste sentido, a equipe do hospital Mariana Maria de Jesus está de parabéns! Após a corajosa atitude da Diretora Macabuense a gestante foi muito bem atendida pelos funcionários do Hospital que sempre atenderam as mães de Carapebus e de Conceição de Macabu sem se importar onde elas votam, pois a vida humana é muito mais importante do que interesses politiqueiros e troca de favores pessoais.