A Vereadora Alexandra Moreira esteve nesta terça feira(15/08/2017) com do Diretor do INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, Dr. Marcus Monteiro para tratar de vários assuntos referentes ao Patrimônio Histórico Cultural de Quissamã, tombados pelo órgão que é diretamente ligado a Secretaria Estadual de Cultura do RJ.

Vereadora Alexandra, Marcus Monteiro Diretor do INEPAC e Roberto Anderson, Chefe do Patrimônio Cultural e Natural do INEPAC
Na pauta foram tratados temas como o recente desmoronamento de parte das ruínas da casa grande que faz parte do conjunto do complexo arquitetônico quilombola fazenda Machadinha, que não foi comunicado oficialmente pela Prefeitura às autoridades do INEPAC.

Desmoronamento das ruínas da Casa Grande de Machadinha ocorrido em maio deste ano
A Fazenda Machadinha, situada na proximidade da Lagoa Feia, constitui-se em notável exemplar das grandes propriedades de engenho de cana de açúcar do Norte Fluminense, com características únicas de referência construtivas e espaciais das relações de trabalho e moradia daquele modelo de produção rural.
Foi adquirida no século XVIII pelo Capitão João Carneiro da Silva, contratador de diamantes da Coroa Portuguesa. A Casa da fazenda, hoje em processo avançado de arruinamento, localiza-se no centro de extensa planície em um terreno que já abrigou um belo jardim e palmeiras imperiais ao longo da fachada sul. Na frente ainda temos o extenso terreiro com antigas senzalas e capela datada de 1833. A Casa apalacetada, de elaborada linguagem neoclássica, foi iniciada em 1863, possivelmente a cargo do engenheiro Antônio Alemão e terminada em 1868.

Fotografia do local feita em junho de 2016
O conjunto tombado pelo INEPAC em 1979 e foi comprado pela Prefeitura Municipal de Quissamã em 2003 e em 2005 foi iniciado o restauro de todo o complexo que terminou em 2008.
Integra o tombamento definitivo da Fazenda Machadinha, além da antiga sede da fazenda, a capela, as senzalas, a cavalariça transformada em restaurante, o armazém, os trechos do Canal Campos Macaé e todo o espaço físico ao redor, com a finalidade de preservar o domínio visual que ainda se tem da área.
A Constituição Federal, no artigo 225 impõe o dever do Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o Patrimônio Histórico para as presentes e futuras gerações e a Lei Orgânica de Quissamã impõe esta obrigatoriedade quando se trata de bens pertencentes ao Município, em especial bens que integrem o patrimônio cultural da Cidade.
Em maio deste ano, parte da ala frontal e lateral da Casa Grande desmoronou e nenhuma ação de proteção foi adotada pela Prefeitura, caracterizando o total descaso da Prefeita em cumprir com as obrigações legais de preservação deste patrimônio histórico.
O fato foi denunciado ao INEPAC e a grupos ligados a Preservação do Patrimônio Histórico Fluminense e será denunciado ao Ministério Público Estadual da Tutela Coletiva, pois a memória cultural do povo de Quissamã merece proteção especial do ordenamento jurídico e da comunidade, que é ao mesmo tempo responsável por sua conservação e beneficiária de suas manifestações.
Outro tema tratado no encontro foi o registro do Fado Quissamaense, único no Brasil. A historiadora Quissamaense Marta Medeiros Mestranda em Cultura e Territorialidade pela UFF está terminando sua dissertação sobre o Fado de Quissamã e afirma “que o nosso fado é reconhecido mundialmente como uma relíquia sócio cultural” fato que já foi comprovado pelos técnicos do próprio INEPAC, interessados no registro deste patrimônio histórico da nossa cultura imaterial.

Mestres do Fado Quissamaense liderado por Antonio Mourim
No processo de registro do Fado Quissamaense, aguarda-se a regulamentação legal junto ao Governo do Estado, que em breve dará início ao processo que está sendo acompanhado de perto pela Vereadora Alexandra Moreira, que foi gestora por 6(seis) anos da extinta Fundação Cultural de Quissamã e junto com uma valiosa equipe responsável pelos principais avanços do Município na área cultural, notabilizada em todo o Estado do Rio de Janeiro, no País e inclusive no exterior.

Fado Quissamaense
Outra pauta discutida pela Vereadora no encontro com o INEPAC foram o tombamento da Cia Engenho Central de Quissamã e o abandono da Fazenda Mandiquera que foi alvo de ação criminosa do Poder Público Municipal ao retirar a vigilância que havia no local, favorecendo a ação de saqueadores que retiraram as escoras das paredes e subtraíram peças de grande valor histórico que estavam armazenadas nos barracões construídos pela extinta Fundação Cultural. A cobertura do palacete, hoje oferece riscos ao próprio imóvel, pois foi construído para abrigar a casa enquanto fosse restaurada, o que não aconteceu nos últimos anos, ambos imóveis pertencem a particulares.

Fazenda Mandiquera abandonada e saqueada

Fachada da Cia Engenho Central de Quissamã, o primeiro Engenho de Cana de açúcar da América latina
Parabéns Alexandra! sempre atuante na preservação do patrimônio histórico da nossa cidade.
É com tristeza de ver tudo isso se desmoronando . A minha mãe Heloísa Carneiro da Silva casou na capela da mandiquera a minha infância foi frequentando tanto a fazenda como a Usina a de Quissamã aonde eu ia com meu tio EXUATDO CAIXA DA UZINA E SABORES AMÓS O AÇÚCAR FEITO NA HORA. O POVO DESTA TERRA PRECISA AÇORDA . Parabéns VEREADORA ALEXANDRA POR DEFENDER NOSSA TERRA OS PATRIMÔNIO HISTORICOS QUE AINDA NOS RESTA